sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Cem Anos de Jorge Amado (1912-2012)

O Brasil  celebra em  agosto desse ano, o centenário de nascimento do brasileiríssimo escritor bahiano Jorge Amado, autor de  obras inesquecíveis  como ‘Gabriela Cravo e Canela’ e  ‘Capitães da Areia’ .E quem, nao conhece 'Quincas Berro D'Água', 'Teresa Batista, Cansada de Guerra' ? Caso voce nao conheça , nao se envergonhe, pois nunca eh tarde para se conhecer...rs

No meu caso,fui apresentada ao mundo de Jorge Amado ainda adolescente, através da novela Gabriela, dali para seus livros depois foi um pulo.Principalmente, com uma infância e uma adolescência nas quais , eu respirava literatura graças a uma 'tia-dinda' professora de Língua Portuguesa e que hj faz parte de um grupo de contadores de historias. Ou seja, seria impossível eu crescer sem me apaixonar por Jorge Amado.

Sendo um dos meus autores preferidos e de suma importancia  na Literatura Brasileira , para comemorar esses cem anos ,dediquei esse post a esse nosso querido escritor com nome de santo guerreiro .
Biografia

Gabriela Cravo e Canela

" Gabriela, cravo e canela inaugura uma nova fase na obra de Jorge Amado. A partir deste romance, o autor atenua o conteúdo político que marcou seus primeiros livros para dar ênfase à mistura racial, ao erotismo e a uma percepção sensorial do mundo. Ganham destaque as personagens femininas: as mulheres passam ao centro das narrativas como mito sexual, mas também como agentes do próprio desejo.
     Gabriela, cravo e canela foi o primeiro livro escrito por Jorge Amado depois de deixar o Partido Comunista. Publicado em 1958, o romance recebeu no ano seguinte os prêmios Machado de Assis e Jabuti. Pouco depois, em 1961, Jorge Amado seria eleito para a Academia Brasileira de Letras, em grande parte graças ao estrondoso sucesso do livro. Gabriela virou novela da TV Tupi, em 1961, e mais tarde da rede Globo, em 1975. Traduzido para mais de trinta idiomas,Gabriela, cravo e canela é o livro de Jorge Amado com o maior número de traduções." ( Mais sobre o autor)

"A escritora Myriam Fraga, diretora-executiva da Fundação Casa de Jorge Amado, com sede no Pelourinho, em Salvador, recorda-se do furor que o surgimento de “Gabriela, Cravo e Canela” provocou, em 1958: “Eu era adolescente quando o livro foi publicado e o lançamento levou horas, com filas e mais filas”."




Links para Download 1 do livro

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Obras do Autor:








Fontes:
Livro Gratis; 
jorgeamado.com.br/
ponto.outraspalavras.net/2012/01/10/centenario-de-jorge-amado-contador-de-historias/
Wikipedia
YouTube

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O Bom Gosto Musical

Ontem ligando a tv , deparei-me com um programa que gosto muito,  Tema do Sesc Tv. E nada mais, nada menos, com um som muito bacana e inusitado, que misturava   gaita ( que particularmente AMO) e violino. Fui 'apresentada' naquele momento, a  Pablo Fagundes ( gaita ) , Ted Falcon (violino)  e ao violonista Alessandro Penezzi, que arrasaram no programa tocando musicas bem brasileiras. Como amante do som da gaita, fiquei encantada com o talento do Pablo e admiradora do trabalho deles. Vale a pena !

E aqui vai o'Baião Furacão'  com  Ted Falcon & Pablo Fagundes ;)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

MINEIRO POR MINEIRO (FERNANDO SABINO)

"
A maneira enrolada com que um mineiro fila cigarro? Aqui vai. Ele estava em São João
 del-Rei admirando um chafariz, quando viu por ali a rondá-lo um velhinho mirrado e 
seco, roupa de brim e chapéu na cabeça, que acabou se chegando: — Tá aí preciano, 
moço? — Estou. 
Não é bonito? Passou a mão pelo queixo, enquanto buscava assunto: — O senhor não é 
daqui não, é? — Sou de Minas, mas moro no Rio há muito tempo. 
— Ah, foi educado lá. — Isso mesmo. 
— Posso saber qual é a sua graça? O velho ouviu o nome e sacudiu a cabeça. 
Depois perguntou candidamente:— Por acaso o senhor tem um fósforo aí?
 Em resposta, o outro estendeu-lhe a caixa de fósforo. O velho correu as mãos a ao 
longo do paletó, como se procurasse alguma coisa, enquanto dizia:
 — Quer dizer que o senhor fuma...— Fumo sim — e ele tirou o maço do bolso, acendeu um
 cigarro: ­ E o senhor? Não fuma?— Dez vez em quando — admitiu o velho.
 — Aceita um? — Já que o senhor dispõe... O velho tirou com dedos finos um cigarro do
 maço que lhe era estendido e, certamente para não desperdiçar fósforo, acendeu-o 
no cigarro do outro. E se despediu, levando a mão ao chapéu:
 — Obrigado, moço. Muito prazer, viu? DAR NOME AOS BOIS é coisa que mineiro não
 faz, nem mesmo em Uberaba. Ainda me lembro da eleição para Presidente da 
República em 55, quando, no mais aceso da campanha, Juarez Távora entrou por Minas
 adentro e encontrou várias cidades cheias de faixas e cartazes aclamando a sua candida-
tura. Algum tempo depois é que pôs reparo na sutileza daquela manifestação de apoio:a 
adesão dos mineiros se exprimia através das palavras "Salve o Nosso Candidato!", "Viva o 
Futuro Presidente da República!". O nome do candidato não aparecia, por uma questão 
me­nos de esperteza que de economia: as faixas e cartazes eram os mesmos, serviam para 
qualquer um deles. DE PASSAGEM por sua terra natal, no interior de Minas, foi visitar uma
 velha tia, cujo filho ganhara um bom dinheiro na loteria esportiva. Espantou-se ao encon-
trá-la na mesma casa humilde, vivendo pobremente como sempre viveu, da mão para a
 boca. Então seu filho milionário não lhe dera nada do que havia ganho?
 — Deu sim — afirmou ela— Me mandou um presente. 
— Que presente ele te mandou, tia? 
— Duas latas de bolachas. Não podia acreditar: latas de bolachas! Vai ser sovina assim na...
 — Pelo menos as bolachas deviam estar boas — desconversou, para não desapontar a 
velha. 
— Não sei, porque não provei — ela explicou: — Eram latas vazias.
 Pra guardar mantimento. DESDE QUE ENVIUVOU, ficou morando com os três filhos,
 todos solteirões. E nunca mais se falou em mulher naquela casa. Até que um dia o filho 
mais novo, e já nem tão novo assim, conheceu uma moça, gostou da moça, acabou se casa-
ndo com a moça. Casou e mudou. Tempos depois, indo a Minas visitar o pai e os ir­mãos, 
não escondeu seu entusiasmo: — Gente, vocês não sabem como mulher é bom! Serve pra tanta 
coisa... OUÇO A PRÓPRIA sabedoria de Minas na voz de um conterrâneo meu, afirmando com
 segurança, quando lhe propõem um negócio o seu tanto duvidoso:
 - Eu topo, mas naquela base do Salim.
 Reza a crônica mineira que o Salim, inegavelmente turco mas criado em Belo Horizonte,
 vivia em plena prosperidade, embora se expusesse ao que há de mais temerário em Minas 
Gerais: era avalista do primeiro que aparecesse. Bastava que lhe pedissem e ele metia logo 
o seu  jamegão em caracteres turcos nas costas do papagaio. Até que um dia começou a 
pipocar promissória vencida em tudo quanto era Banco. Convocado por telegrama a 
assumir, o Salim comparecia, contestando a assinatura:— Isto aí não é meu nome. 
Chamava-se um tradutor juramentado, para que ficasse oficialmente estabelecido que, 
em vez de assinar seu nome, ele havia se limitado a escrever na promissória, em turco:
 “Salim fica de fora”."

fonte: http://sitenotadez.net/cronicas/

Pausa para o Café

Tudo o que você gostaria de saber sobre o café


                                                                                                    (img picasa)




Pra mim, nada melhor num fim de tarde, do que uma xícara de café quente e forte,  com biscoitos ou croissant para acompanhar e de preferencia , numa varanda bem fresca com vista para um lindo por do sol... Bem, na verdade, para todos os amantes de café e natureza, também nao haveria nada melhor...
A historia do café eh bem interessante e se mistura fortemente a historia brasileira , fazendo parte da nossa cultura e por isso,  merecidamente resolvi postar esse texto sobre a Historia do Café 
 E jah que, falamos em café, deu vontade de tomar um, estão servidos?

Nova revista "Patrimônio e Memória"

' A revista "Patrimônio e Memória" acaba de chegar a um novo número e já disponível para download - chega ao público leitor com dois “dossiês” que abordam assuntos de amplo interesse, além das sessões “artigos”, “comunicação de pesquisa” e “resenhas”. '(cafehistoria.ning.com)


Mais informações  


Mais 25 Patrimônios Mundiais

Em junho de 2011, a Unesco escolheu mais 25 patrimônios da humanidade. Veja aqui  

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O Pior Encontro Casual (Antônio Maria)



 '   'O pior encontro casual da noite ainda é o do homem autobiográfico. 
Chega, senta e começa a crônica de si mesmo: "Acordo às sete da manhã 
e a primeira coisa que faço é tomar o meu bom chuveiro". 
Como são desprezíveis as pessoas que falam no "bom chuveiro!" E segue 
o parceiro:"Depois peço os jornais, sento à    mesa e tomo meu café 
reforçado". Ah, a pena de morte, para as pessoas que tomam "café refor-
çado!" E a explanação continua: 
"Nos jornais, vocês me desculpem mas, a mim, só interessa o artigo de
 Macedo Soares e as histórias em quadrinhos".
 Nessa altura o autobiográfico procura colocar-se em dois planos, que lhe 
ficam muito bem: o que ele julga de seriedade política (Macedo) e o outro,
 de folgazante espiritual (histórias em quadrinhos). E vai daí para outra 
modesta homenagem a si mesmo: "Aí, então, é que vou me vestir. Quanto
 à roupa, nunca liguei muito, mas, camisa e cueca, tenha paciência, eu mudo
 todo dia". O "tenha paciência" é porque está absolutamente certo de que 
estamos com a camisa e a cueca de ontem. 
"Acordo minha senhora, pergunto se ela quer alguma coisa e vou para o 
escritório". 
Gente que chama a mulher de "minha senhora" está sempre pensando que: 
não acreditamos que eles sejam casados no civil e no religioso; no fundo, 
desconfiamos de que sua mulher lhe seja infiel. E vai adiante o mal-feliz: 
"Só aí vou para o escritório, mas nunca antes de passar no jornal, para ver
 se há alguma coisa"
Esse "passar no jornal" é um pouco difícil de explicar. Mas todo homem banal 
tem muita vergonha de não ser jornalista e alude sempre a um jornal, do qual 
tem duas ações ou pertence a um primo, ou amigo íntimo. Vai por aí contando 
sua vidinha, que termina, melancolicamente, com esta frase: "À noite, eu sou da
 família!". Bonito! 
"Visto meu pijama, janto, deito no sofá e vou ver a televisão, com as crianças em 
cima de mim". Está aí o retrato perfeito do cretino nacional. E, o que é triste, além
 de numeroso, está em toda parte. Que horror me causam as pessoas do "bom 
chuveiro", do "café reforçado", os de "Macedo Soares e das histórias em quadri-
nhos" (os que gostam só de Macedo Soares ou só de histórias em quadrinhos são
 ótimos), que precisam dizer que mudam camisa e cueca todos os dias, as que citam
 "sua senhora" e os que "passam no jornal, antes de ir para o escritório". 
Nossa maior repulsa, ainda,por quem janta de pijama e deita no sofá, com as 
crianças em cima. Ah, essa gente me procura tanto!'

Fonte:http://www.releituras.com/antoniomaria_pior.asp